Namarjung, Western Development Region, Nepal. Fotografia de Rebeca Zaal (2017), disponível em Pexels.
Recentemente, houve a publicação no Diário Oficial da União a publicação do resultado definitivo da 3º Fase do CACD, em outras palavras, do CACD como um todo. Cinquenta novas pessoas tornaram-se diplomatas com essa publicação. Aqui, desejo boa sorte a todos pela bela carreira que terão à frente. Porém, o intuito desse artigo aqui é coletar e salvar algumas mensagens interessantes que achei no grupo do telegram “CACD do B”. Por que? Muitos candidatos avançados estiveram pertíssimo de serem aprovados, e comentaram no grupo algumas dicas do que pretendem mudar em suas preparações ou seguir fazendo. Como já disse outras vezes aqui em O Tao do Diplomata, meu intuito não é emular o que fazem, não mesmo. É apenas pegar algumas inspirações e adequar na minha rotina, com certas adaptações se preciso, o que eu sentir que seja útil.
Atenção: Caso alguma pessoa aqui citada queira não ter sua mensagem (mesmo que tenha enviado num grupo público), ou retirado seu nome, pode entrar em contato comigo que retiro imediatamente desse post. De qualquer maneira, o site tem pouquíssimos acessos, é um pequeno reduto para discutir temas a respeito do CACD.
Os grifos são meus. Mantive os erros gramaticais, típico de grupos informais (não pus o ‘sic’ porque aqui também não tem tanta formalidade).
Não considero recomendável estudar para o CACD por meio de manuais de macro como Blanchard ou Mankiw (embora o Mankiw seja melhor para esse objetivo) ou Economia Internacional do Krugman. Podem servir de complemento mas selecionando bem capítulos e seções. Já elaborei bibliografias, mas preciso revisá-las e complementá-las com premissas e orientações. Primeiro, contas nacionais, BP, contas públicas e moeda devem ser estudados em livros nacionais. Segundo, os manuais tratam extensamente de muitos temas e assuntos que não são cobrados, além de ter muitos boxes com estudos de caso. Terceiro, em vários aspectos, teoria clássica, câmbio e modelo IS LM BP, curva de phillips são tratados nestes manuais de forma diferente ao que é cobrado nos concursos. Algumas exceções são o modelo IS/LM e o modelo de oferta e demanda agregada. Por isso, as apostilas de concursos e livros para concursos de macroeconomia são diferentes dos manuais e se assemelham a um guia que compila, sintetiza e organiza os modelos apresentados nos manuais.
Professor de economia Eliezer Lopes
O que funcionou para mim foi uma espécie de “bonafeização” das disciplinas, ou seja, tentar pôr o máximo de informação pertinente sobre o assunto na resposta de modo objetivo, decorando fatos. Minha nota de HB quase dobrou. Em Economia e Direito eu estava aproveitando as grades que os profes que tenho/tive elaboram (Bystronski, Bolzan, Texeira), e em PI estava tentando adaptar o método com os slides do Napoleão. Vou continuar fazendo isso, tentando abranger todos os tópicos do edital, porque os examinadores de PI têm feito questões imprevisíveis, o que dificulta bastante. Os slides do Napoleão tinham informações sobre a Agenda MPS, por exemplo, mas eu jamais esperaria uma discursiva de 90 linhas sobre o assunto. Pretendo usar muito o REPI também. Uma dificuldade de PI é formular grades que sejam tão boas quanto as que os professores de outras disciplinas dão prontas. O Rolim tem umas grades muito completas, pelo que já soube de amigos que fazem o curso dele, então vou tentar me inscrever também. Mas é isso. Foco total nas discursivas, decorando coisas objetivas, e nas semanas antes da primeira fase vou morar no QConcursos de novo.
Luiz, quase aprovado neste ano.
Celso Furtado não é o principal. O principal é Fábio Giambiagi (Economia Brasileira Contemporânea) e fazer e refazer questões da Anpec e outros concursos (indicarei materiais adiante). Para o período antes de 1945 (que o Giambiagi não cobre), uma opção é o Ordem do Progresso (2 primeiros capítulos), que considero muito longo e detalhado demais. Não acho que a relação custo-benefício compense a leitura do Ordem do Progresso. Voltando ao Celso Furtado: em termos do edital, FEB cobre aspectos da economia do império, a economia cafeeira, a crise de 30 e o início da industrialização. Considero que vale muito a leitura, porque é uma obra-prima de história econômica do Brasil, que pode ajudar no estudo posterior (mais pragmático) dos demais tópicos do edital nos outros materiais. Utilizando o método estruturalista Cepalino e a teoria keynesiana, o objetivo principal da obra é explicar o subdesenvolvimento e o processo de industrialização brasileiro. Como se deu e as causas do atraso nesse processo de industrialização. Para isso o livro pode ser dividido em duas partes: “uma delas compõe-se dos 25 primeiros capítulos, ou seja, aqueles que versam sobre ocupação territorial e economias escravistas açucareira e mineira, e os dez primeiros capítulos da Parte IV, referentes à transição para o trabalho assalariado. O autor dedica-se, nesse ponto do livro, à análise da formação da estrutura subdesenvolvida brasileira. Na outra, composta dos capítulos subsequentes, passa à análise da problemática de crescimento que ocorrerá nessa estrutura específica, na fase áurea da expansão cafeeira e na fase de transição para a economia industrial. A argumentação aí apresentada a respeito da expansão da produção e da renda e dos desequilíbrios gerados no processo pressupõe a caracterização da formação econômica até fins do século XIX, realizada na parte anterior.” (https://centrodeeconomiapolitica.org/repojs/index.php/journal/article/view/1626) Pode também ler FEB, a partir da parte IV – Economia de transição para o trabalho assalariado – Século XIX.
Professor Eliezer Lopes
Eu fiz com o Ivo (reizinho do meu coração) e com o Entratice (dono de todos os meus recursos).
Recomendo os dois, são ótimos, comprometidos e conhecem profundamente a banca.
Bruna Passos, foi a terceira fase e comentou sobre o professor de português dela
Anki todo dia dos dois. Mas o estudo mesmo eu intercalo um dia espanhol, outro francês.
Bruna Passos, sobre os estudos de espanhol e francês
2h semanais de cada matéria, fazendo tradução.
Vini Ribeiro, sobre como estuda as duas línguas supracitadas
Ela é diferente de um padrão de resposta. Adaptando para o exemplo da Convenção de Budapeste. No padrão, no quesito 2, diz apenas “apresentação de medidas a serem adotadas nas jurisdições nacionais e dos princípios da cooperação internacional”. Uma grade traria o desdobramento dessas medidas. O professor poderia listar 10 em forma de tópicos, como essa grade aí. Ainda que a gente não decorasse todas as medidas, provavelmente lembraria de umas 5. Aí na prova, você escreve: “A Convenção de Budapeste, assinada no âmbito do Conselho da Europa e aberta à adesão de outros países, prevê medidas como a obrigação de os Estados parte tipificarem como crime a interceptação ilegal e intencional, realizada por meios técnicos, de transmissões não-públicas de dados de computador para um sistema informatizado, bem como a conduta de quem causar, de forma dolosa e não autorizada, prejuízo patrimonial a outrem por meio de qualquer inserção, alteração, apagamento ou supressão de dados de computador.” A utilidade da grade é de certa forma “dispensar” uma montanha de leituras. Eu tirei 88 (87,5) em DIP quase que só decorando os padrões do GPC do Bystronski. Ele não chegava a usar a estrutura de tópicos, mas os parágrafos dos padrões dele eram facilmente “desdobráveis” em tópicos, o que facilitava a memorização. Preciso de um método desses em PI. Como o Vini disse acima, você consegue “puxar” muita informação assim. O tópico principal aí, por exemplo, seria saber que a Convenção prevê medidas a serem adotadas nas jurisdições nacionais. O trabalho posterior é ir decorando essas medidas aos poucos. Não precisa ser tudo de uma vez.
Luiz
Eu indico a professora Cláudia Simionato. Tirando o 360, só fiz português com ela, tanto a parte gramatical, TPS, quanto a parte de discursivas. E funcionou para mim: primeira vez que eu fui para as discursivas, em 2017, fui na raça e na coragem e fui desclassificado em português (minha última redação havia sido o vestibular quase uma década atrás). Com a Cláudia, fui melhorando ano a ano, saindo da eliminação e chegando às pontuacoes atuais de português sob o IADES
Comentário do Leonardo Steil, diplomatada e editor do REPI. Esse comentário teve 27 corações.
Mais ou menos 9 anos. Meu primeiro CACD foi em 2015. Primeira vez que fui para as discursivas foi em 2017. Até então, estudava só para o TPS e não estudava discursiva direito nem línguas. 2018 foi o primeiro ano que eu considero ter coberto o edital inteiro. Estudava e trabalhava em período integral até janeiro de 2020. Desde então passei a só estudar. Talvez se a prova de inglês de 2021 não tivesse sido corrigida como foi, eu teria sido aprovado naquele ano. Fiz 5 vezes as discursivas. Na primeira vez, em 2017, foi desclassificado na prova de português, pois não havia atingido o corte de 60 pontos. Em 2022, com menos vagas e menos convocados para as discursivas, não passei no TPS por dois itens. Este ano, finalmente, deu certo.
Comentário inspirador da resiliência do Leonardo Steil
Atenção: o Leonardo pôs muito mais do relato dele de aprovado que de tantas mensagens interessantes valeriam um post só pra isso, mas evitarei por tanta coisa aqui. Sugiro que eu pesquise no chat do telegram depois para o relato completo.
Alguém perguntou: Você se importaria em comentar como era sua estratégia para os idiomas de 2020 para cá e quais professores você fez aula ?
Eu fazia aula semanal, alternando as matérias. Depois de 2022, uma dica de um amigo aprovado naquele ano e que incorporei, foi de religiosamente fazer uma versão de algo todo dia. Teve dias bons que fazia de todos e dias ruins em que não fazia nada. Aí o objetivo era fazer e identificar erros, sem pretensões de número de erros ou tempo. Com o tempo e o compromisso de tentar não repetir os mesmos erros, colocando coisas no anki, fui melhorando e ganhando velocidade. Isso eu fazia por si só. Em um dia da semana, essa tarefa há era o que o prof passou para a semana. Inglês fiz Todd e Susan da Sara Walker. Espanhol, fiz Thiago Miranda, Pablo Lluvenas e Soledad. Francês fiz Mariana Lima e Isabelle Fermier. Eu fui mudando, me adaptando a horários, custos e métodos. Também fiquei períodos só com um idioma ou dois. Com o edital na praça, aí ficava com os três. Além de português, que só fiz Cláudia Simionato.
Leonardo Steil
Por fim, finalizarei com uma pergunta minha: Bom dia pessoal. Eu comecei a usar o Anki para estudo de línguas recentemente. Gostaria de saber como vocês fazem: vocês criam um baralho para cada língua, ou vocês usam o mesmo baralho “CACD” e divide cada língua usando as TAGs?
um baralho Lingua, e cada lingua como sub-baralhos
Erianne
Sobre Direito Internacional e Doméstico
Eu fui estudar hoje (17 de janeiro) DIP com o livro do Cançado Trindade, e já estudei muitos meses/anos com o livro do Mazzuoli também, e é uma matéria que não sinto avanço nenhum. Já direito doméstico nunca nem comecei. Com isso em mente, e já me desesperando sobre o que fazer, quis perguntar mais uma vez sobre dicas. Falei primeiro com o Thiago e ele deu ótimas dicas:
[…] mas se fosse pra contratar aulas eu iria no Bystronsk pra DIP e no Macau pra Interno. ambos vão iniciar em breve cursos extensivos no NABUCO. mas acho que eles já dão aula no Clio […] mas o próximo q quero contratar é o zeitgeist, […] e compensa por HB e HM, e agr tem DIP tb
Thiago Barros, grande amigo e futuro diplomata
Bem, aí no grupo para a diplomacia eu perguntei de dicas de professores e/ou material para essas duas matérias. Essas foram as respostas:
Macau! Curso próprio dele na Hotmart, melhor que existe, didática, material e suporte
Talita Martinelli
DIP: Bystronski e manuais do Shaw, Portela e Carvalho Ramos.
Luiz, o mesmo dali de cima
Bystronski é o cara de DIP
Lenildo Leite
DIP, além do Bystronski, q é realmente excelente, tem o Sloboda, q tem um curso muito completo tb.
Bruna Passos
Direito foi minha melhor materia na 1a e na 3a fase e foi basicamente pelo Macau… curso da hotmart, recomendo demais…
Mateus