Casa em Pequim. Fotografia de Unsplash (2021).
Eu acho que quem acompanha este blog nos últimos meses atesta o quão ruim estão meus estudos. Não posso negar, mas também chorar pelo leite derramado não adianta de nada. Tenho controle apenas do hoje. Há inúmeras coisas que eu gostaria de falar sobre a minha preparação para o CACD, mas não sei por onde começar, talvez posso falar do ombro e lombar.
Dores
Recentemente, venho tendo dores crônicas na lombar. Segundo a anamnese de consultas ortopédicas que eu fui, essas dores remontam de meados de 2020. Por conta delas, inclusive, comecei a fazer 10 sessões de fisioterapia (estou na sexta sessão), numa técnica chamada Reeducação Postural Global (RPG). Infelizmente, embora tenha pago R$1.700 em tudo, não está adiantando de quase nada. Tenho dores que só anti-inflamatório potente tiram: o da vez é o piroxicam. Junto a ele estou tomando Insit (pregabalina, 75mg). O ortopedista comentou que se no fim de abril não tiver resolvido, há a possibilidade de realizarmos uma pequena cirurgia, mas eu não entrei em detalhes e não sei de mais nada sobre. E talvez essa será a possibilidade, porque o Insit e o piroxicam (sendo que o médico só passou o insit) não estão resolvendo. Ocasionalmente tomei cizax (cloridrato de ciclobenzaprina), lisador e cibex (celecoxibe) para a dor. Bem, a dor que antes era de nível 5 a 6 (numa escala de 0 a 10, onde 10 seria dor máxima) que me impossibilitava de ficar sentado, foi diminuida com o RPG e a pregabalina para dor de nível 2 a 3. Infelizmente É um nível 2 a 3 constante, 24h, o que continua me incomodando muito. Além do mais, estou usando lidocaína no ombro e lombar para ver se diminui a dor.
Além desse problema na lombar, outro mais problemático e mais antigo é a minha bursite subacromial (dor no ombro). Bem, aí não tem muito o que fazer. Ano passado em desmarquei uma cirurgia em julho a uma semana dela acontecer (tudo relatado nos posts da época aqui em O Tao do Diplomata). As dores voltaram a ficar muito intensas nesta semana, e acabei desistindo de fazer fisioterapia e remédios. Resolvi que farei a cirurgia. Como meu acrômio tem um defeito (ele é mais curvado do que o normal), ele constantemente roça no tendão, por isso ocasiona a bursite (inflamação) subacromial (em baixo do osso do acrômio). Com isso, não há fisioterapia, remédio nem treino de fortalecimento que resolverá o problema-base: o acrômio curvado. Na cirurgia o Dr. Guilherme retirará a inflamação, mas principalmente raspará o meu acrômio para ele não me gerar mais essas inflamações. Bem, é isso, já marquei o retorno no Dr. Guilherme (ele é tanto o ortopedista clínico quanto o cirurgião da minha operação) para o dia 15 de abril. Quero fazer a cirurgia o mais preve possível, tanto pelo meu aniversário dia 12 de maio, mas principalmente: posso ficar algum tempo OFF dos estudos porque o pós-operatório é bem chato/limitante em questão de movimentos. E quando antes eu fizer, melhor, vai que sai o edital para o CACD 2024 em breve, não é?
Laudo TEA
Como comentei brevemente no último post (Avanços Semanais #22), eu recebi um laudo que comprova a minha memória fraquíssima em curto prazo (embora tenha me surpreendido pois minha memória de longo prazo é muito boa). Além do mais, fui diagosticado com: TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), ansiedade-depressiva moderada, assim como TEA (Transtorno do Espectro Autista) suporte 1, ou na classificação que a neuropsicóloga usou – (muito) leve. O autismo foi o único que me surpreendeu disso tudo, embora minha namorada já me antecipasse esse fato. Bem, de resto eu já esperava tudo. Conversando com uma psicóloga familiar da minha namorada, descobri que há transtornos primários e secundários, sendo que no meu caso a ansiedade-depressiva é condição secundária. Portanto, TEA e TDAH seriam as primárias. Bem, o que eu penso: como eu historicamente (e tudo registrado aqui no site) me sinto muito mal num dia/semana que não estudo, e muito feliz num dia/semana que eu estudo muito, eu resolvi tratar o TDAH, potencializar meus estudos, e observar como a questão da ansiedade-depressiva reagirá. Veremos em breve… E para consagrar o laudo, como a legislação não reconhece atestado proveniente de psicólogo, fui num médico neurologista. E lá ele concordou com os diagnósticos, me deu o laudo de autista e TDAH, e me passou o venvanse 30mg para o TDAH.
Remédio
Não me recordo, e acho que de fato nunca tomei, um remédio de tarja preta. Li sua bula, troquei ideia com alguns CACDistas na mesma situação e conversei com o médico. Bem, parece um bom remédio para o meu caso. Como é algo forte derivado da anfetamina, com possibilidades de causar dependência física ou psíquica, espero manter a dose a médio prazo (a minha dose de 30mg é a dose mínima – ainda há a dose de 50, e a máxima de 70mg). Eu tomei ontem (03/04) e hoje (04/04). Desde que eu me reconheço por gente, eu me lembro de ser ansioso. Recordo-me dos meus 11 anos de idade e indo me deitar às 21h, conseguindo dormir de fato às 23h ou meia-noite, quase todo dia, só matutando os pensamentos na cabeça, dia após dia. Por anos. O ensino médio fui muito ansioso, na faculdade nem se fala, e lá desenvolvi ansiedade-depressiva muito mais séria do que a que tenho hoje. Passei por tudo sozinho e melhorei sozinho. Minha mãe relata que eu já tinha fortes indicativos de déficit de atenção, mas que nunca passou perto de ser tratado. E aqui estou hoje, pelo segundo dia na minha vida que não estou ansioso, que não tem mil pensamentos se sobrecarregando e passando pela minha cabeça. Eu não me recordo de nenhum dia na minha vida que eu tenha vivido o que vivo com este remédio: silêncio mental, calmaria… uma mente que se cala. Não pensei que isso fosse possível, ainda mais da noite pro dia. Sinto-me tão bem, como nunca estive. Sem ansiedade, sem pensamentos a milhão, incessantemente, do momento que eu acordo a ir dormir (e mesmo quando acordo de madrugada já tenho pensamentos rápidos), mas não mais…
Não mais… o remédio para o TDAH resolveu. E eu não poderia estar mais feliz. Eu li artigos do meu outro site (Dois Níveis) coisa que eu não fazia há meses. Eu me sinto bem, feliz, animado… Não me sinto mais desgastado o dia inteiro. Sei que o remédio embora reduza a hiperatividade mental e o TDAH, ele é estimulante, então reduzi o café. Além disso, nos últimos meses venho quase zerando o uso de energético sem açúcar, que eu tomava ocasionalmente. Enfim, a verdade é: eu chego no fim do dia e não estou ansioso, preocupado, neurótico com nada. E essa é a melhor sensação do mundo. Poucos sabem o que é viver com um inferno que não se cala dentro da própria mente. Ser obssessivo-compulsivo, ansioso, ansioso-depressivo, enfim, essas coisas… Ontem eu assisti minha aula de francês, na qual eu preciso focar muito, e de tanto focar (mesmo que só por 1h) eu sempre saia da aula e ficava de 1h a 2h deitado para descansar e recuperar toda a energia que eu pus para me concentrar. Mas não é mais assim, saí da aula ontem sem ter que ter posto tanta energia para me manter concentrado. E isso é fantástico. Estou lendo os artigos, prestando atenção na aula, pegando menos no celular, lendo mais, estralando menos meus dedos (TOC meu), tendo mais memória a curto prazo pois estou conseguindo ler com mais atenção. Bem, são tantas vantagens. Eu me pego ao longo do dia reparando o quanto minha cabeça está numa calmaria inédita em toda a minha vida. E dou graças a Deus. Eu rezei por mais de uma década, pedindo para nossa senhora silenciar os pensamentos, e me permitir não ser ansioso mais. E estou no caminho pelo visto. Agradeço a Deus e Nossa Senhora por isso.
Sobre seus colaterais, o médico destacou dois: redução do apetite (já que também é um remédio para transtorno de compulsão alimentar – TCA) e insônia. Mas como eu tomo o remédio 6h da manhã, não tive esse problema. Já a redução do apetite eu não senti, e creio que seja pela insulina exógena que aplico (insulina aumenta consideravelmente o apetite, mesmo numa situação que o estômago esteja cheio). Já outros sintomas, não senti (só uma leve aceleração do coração por 10 minutos no primeiro dia, mas só).
Próximos dias
Eu venho num ritmo de estudo porco, embora por motivos razoáveis. Eaí pensei: com essa concentração maravilhosa que estou tendo com o remédio, agora posso estudar as minhas 10h por dia, correto? Sim e não. Não imediatamente, porque estudo é que nem treino de musculação: não se parte direto para 100kg no supino, não é mesmo? Há uma progressão lenta, gradual e segura. Assim é com os estudos. Não se estuda de 0 a 10h por dia de repente. Mas também preciso começar, e assim como existe memória muscular, torço pra que exista “memória de estudos”, e eu volte às 10h de estudo mais rapidamente. De qualquer maneira, preciso recomeçar, e amanhã (sexta-feira) já quero estudar pelo menos 5h. Não posso cometer os mesmos erros dos dias que eu não usava o remédio – preciso controlar redes sociais e todos os outros mecanismos que desenvolvi para mim mesmo não escapar dos estudos (preciso ter isso constantemente na cabeça). Foco nos estudos!
Sexta-feira
2-3h de economia; 2 aulas do REPI; chinês por 30 minutos; 1h de livro de DIP.
Sábado
Viajo para o interior para o aniversário do meu tio. Devo ir no meio da tarde e voltar domingo de manhã para manter os estudos em dia.
Avançar no artigo/entrevistas com o Zé. 1h de economia + 2 aulas do REPI.
Domingo
Avançar no artigo/entrevistas com o Zé. 1h de economia + 2 aulas do REPI. + Chinês e Francês.
Segunda
Seguir o iStudiez Pro, cada minuto! Continuar com as aulas do REPI diárias.